Com o objetivo de apresentar as novidades do rePLANT na gestão e defesa da floresta foram desenvolvidas as I Jornadas Técnicas rePLANT. Esta iniciativa do rePLANT, um projeto que irá trazer novas tecnologias para desenvolver a floresta portuguesa e torná-la mais segura, serviu para trocar experiências entre todos os parceiros. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro foi palco deste primeiro encontro que reuniu 20 entidades que valorizam e defendem a floresta.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação. A primeira dedicada à Gestão da Floresta e do Fogo, a segunda ligada à Gestão do Risco e a terceira com incidência na Economia Circular e nas Cadeias de Valor.
PROJETOS APRESENTADOS PELOS PARCEIROS DO REPLANT
Marine Utgé-Royo e Francisco Corrêa da Tesselo – startup de imagens de satélite inteligentes -apresentaram um primeiro esboço do mapa de ocupação florestal e das áreas ardidas, recorrendo a imagens de satélite em tempo real, informação agregada a uma plataforma digital acessível a todos os membros do consórcio.
Já o ForestWISE CoLAB – Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo mencionou as alternativas inovadoras ao processo tradicional de inventário florestal. Nesta apresentação, Jorge Cunha, do ForestWISE CoLAB, salientou que existem aplicações móveis que permitem inventariar a floresta de uma forma simples e com custos reduzidos.
Em representação da Universidade de Coimbra, Carlos Viegas, apresentou um simulador de propagação do fogo na plataforma de apoio à decisão e proteção das infraestruturas da REN – Redes Energéticas Nacionais. Simuladores estes que combinam o conhecimento científico na área dos incêndios florestais com as mais recentes ferramentas de inteligência artificial e computação de alto desempenho. Estes quando integrados numa plataforma de gestão, conjugados com sensores para a deteção e localização de ignições, instalados nas infraestruturas da REN, vão permitir uma maior resiliência da floresta e proteger estas mesmas infraestruturas, face ao risco de incêndio florestal. Em relação à mesma matéria, Rui Roda, da Whereness (software português) fez um ponto de situação sobre o trabalho desenvolvido relativo à interface para registo de ocorrências de fogo florestal e mostrou quais dados se podem obter numa simulação.
Já Teresa Silva da The Navigator Company e Tiago Sousa da Fravizel – Equipamentos Metalomecânicos mostraram o funcionamento da ARG, uma alfaia de mobilização conservativa do solo, em fase de protótipo. Esta permite a conservação da matéria orgânica e a retenção de água, favorecendo a infiltração desta no solo. Com este equipamento é também possível, em simultâneo, adubar a taxa variável e registar a profundidade da ripagem no solo, através de um sistema digital Lidar.
Por fim, Alexandra Marques e Carolina Catorze do INESC TEC e Francisco Manso da Trigger Systems (plataforma de controlo remoto) reforçaram a importância de incorporar tecnologias para recolher dados das máquinas de corte e rechega, como forma de monitorizar e aumentar a produtividade das operações e analisar os dados recolhidos, apoiando a tomada de decisão dos vários intervenientes, rumo a uma exploração florestal sustentável.
Iniciativas que têm impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do setor e melhoram a segurança das populações que vivem em espaços florestais. São precisos modelos de gestão florestal sustentáveis como estes exemplos para caminharmos rumo à sustentabilidade integral do planeta. O esforço deve ser coletivo!
In Essência do Ambiente, 10 setembro 2021