O projeto colaborativo rePLANT desenvolveu, ao longo de três anos, a utilização de novas alfaias “inteligentes” para a floresta, robótica nas operações de limpeza florestal, novas aplicações de smartphone, monitorização da floresta através de câmaras óticas, novos sensores digitais e processos para a comunicação de dados em máquinas florestais.
Segundo explicado em comunicado, ao todo, foram feitos quatro ensaios de diferentes espécies e proveniências de pinheiro, vários ensaios instalados, nove manuais técnicos para melhoria da gestão florestal, dois sistemas de apoio à decisão na gestão do fogo, três novos equipamentos, oito tecnologias testadas e dez pilotos de testes.
O projeto liderado pelo CoLAB ForestWISE e pela The Navigator Company foi estruturado em três grandes áreas de atuação:
- Gestão da Floresta e do Fogo – liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa;
- Gestão do Risco – sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra;
- Economia Circular e Cadeias de Valor – sob gestão da The Navigator Company e do CoLAB ForestWISE.
Por sua vez, José Luís Carvalho, responsável pela Inovação e Desenvolvimento Florestal da The Navigator Company, refere que “sem ilusões, o rePLANT é ainda um pequeno passo para o setor, mas uma grande esperança de que a semente agora já germinada e plantada, possa constituir-se numa floresta ativa e dinâmica, baseada no melhor conhecimento técnico e científico com raízes portuguesas”.
A importância da transformação digital para a floresta e o rePLANT
A iniciativa de apresentação de resultados contou com uma mesa-redonda, com a presença de António Redondo, administrador executivo da The Navigator Company, João Faria Conceição, administrador executivo da REN, José Ferrari Careto, administrador executivo da E-REDES e José Soares de Pina, administrador executivo da Altri.
Já João Faria Conceição, administrador executivo da REN, mencionou que “a redução do risco dos incêndios florestais é uma das prioridades da empresa, não só por a REN ter 66% das suas infraestruturas em espaços florestais, mas essencialmente pela importância do setor para o país. Temos mais de 200 pessoas a trabalhar diariamente no setor florestal e, de maio a outubro, equipas de sapadores 24 horas por dia no terreno. Acreditamos que a academia e a investigação científica, assim como a troca de experiências, são críticas na prevenção e no combate aos incêndios”.
Por sua vez, José Ferrari Careto, administrador executivo da E-REDES, salientou que “o rePLANT permitiu novas abordagens para apoio à tomada de decisão da E-REDES, no que se refere à gestão da vegetação na envolvência das infraestruturas elétricas, que exige respostas eficazes e seguras, o que só é possível através da união de esforços dos principais agentes”.
Por fim, José Soares de Pina, administrador executivo da Altri, referiu que “os desafios que se colocam à moderna gestão florestal e à indispensável proteção de todos os recursos naturais exigem o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos inovadores para a aquisição e análise de informação, assim como para os processos de tomada de decisão. O sucesso do projeto rePLANT é por certo um marco importante para o futuro da floresta em Portugal”.
In, Vida Rural, 5 Junho 2023