A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro foi palco do primeiro encontro entre todos os parceiros deste projeto que reúne 20 entidades para a valorização e defesa da floresta. Nestas I Jornadas Técnicas, cerca de trinta investigadores e técnicos especializados em formato presencial e cerca de oitenta em formato online, puderam ouvir de alguns especialistas os primeiros passos do Replant.
Numa iniciativa que também serviu para trocar experiências entre todos os parceiros, foram vários os destaques evidenciados pelos oradores presentes. Na primeira linha de atuação Marine Utgé-Royo e Francisco Corrêa da Tesselo, apresentaram um primeiro esboço do mapa de ocupação florestal e das áreas ardidas recorrendo a imagens de satélite em tempo real, informação agregada numa plataforma digital acessível a todos os membros do consórcio. Já o ForestWISE CoLAB, falou sobre alternativas inovadoras ao processo tradicional de inventário florestal. Nesta apresentação, Jorge Cunha referiu que existem aplicações mobile, acessíveis a qualquer pessoa e que permitem inventariar a floresta de uma forma simples e com custos reduzidos. É o caso da KATAM, uma aplicação que foi apresentada na sessão de demonstração que se seguiu às apresentações, contando com um técnico desta empresa sueca.
Na segunda linha de atuação, Carlos Viegas em representação da Universidade de Coimbra, apresentou um simulador de propagação do fogo na plataforma de apoio à decisão e proteção das infraestruturas da REN. Estes simuladores combinam o conhecimento científico na área dos incêndios florestais com as mais recentes ferramentas de inteligência artificial e computação de alto desempenho. Uma vez integrados numa plataforma de gestão, conjugados com sensores para a deteção e localização de ignições, instalados nas infraestruturas da REN, vão permitir uma maior resiliência da floresta e proteger estas mesmas infraestruturas, face ao risco de incêndio florestal. Nesta linha de atuação, Rui Roda, da whereness fez um ponto de situação do trabalho desenvolvido relativamente à interface para registo de ocorrências de fogo florestal e mostrou que dados se podem obter numa simulação.
Na terceira linha de atuação, Teresa Silva da The Navigator Company e Tiago Sousa da Fravizel mostraram o funcionamento da ARG, uma alfaia de mobilização conservativa do solo, em fase de protótipo, mas com lançamento previsto para breve. Esta alfaia inovadora permite a conservação da matéria orgânica e a retenção de água, favorecendo a infiltração desta no solo. Com este equipamento é também possível em simultâneo, adubar a taxa variável e registar a profundidade da ripagem no solo, através de um sistema digital Lidar. Por fim, Alexandra Marques e Carolina Catorze do INESC TEC e Francisco Manso da Trigger Systems falaram sobre a importância de incorporar tecnologias para recolher dados das máquinas de corte e rechega, como forma de monitorizar e aumentar a produtividade das operações e analisar os dados recolhidos, apoiando a tomada de decisão dos vários intervenientes, rumo a uma exploração florestal sustentável.
As próximas Jornadas do Replant estão previstas para o último trimestre de 2021, nas quais se prevê apresentar mais desenvolvimentos do que aqui foi mostrado bem como outras novidades do projeto.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação – a primeira, dedicada à Gestão da floresta e do fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa); a segunda, sobre Gestão do risco (sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra); e um terceiro pilar, sobre Economia circular e cadeias de valor (sob gestão da The Navigator Company e do ForestWISE).
O rePLANT é um projeto colaborativo que junta 20 entidades: o ForestWISE, a The Navigator Company, a REN, a Sonae Arauco, a Altri Florestal, a Amorim Florestal, a DS Smith, a E-REDES, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, a Universidade de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a whereness, a EDP Labelec, a Trigger Systems, a Frazivel, a Tesselo, a Florecha, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P., a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.